O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou buscas na casa do pastor evangélico e líder político Silas Malafaia. Além do celular, seu passaporte foi apreendido. As transcrições e áudios revelados expõem conversas íntimas entre Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo um pedido inusitado: Bolsonaro teria solicitado a um advogado ligado a Donald Trump ajuda para redigir uma mensagem de agradecimento ao presidente norte-americano, após sua manifestação em defesa da anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
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O pastor Silas Malafaia no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após a Polícia Federal cumprir mandato de busca e apreensão no seu desembarque de Portugal - |
Entre os diálogos, chamaram atenção os embates de Bolsonaro com o próprio filho. Eduardo Bolsonaro chegou a mandar o pai “tomar no cu”, em uma troca de mensagens que contrasta com a imagem pública da família. O tom vulgar também marca as conversas entre Malafaia e o ex-presidente. Palavrões e gírias desconstruíram a aura conservadora e moralista cultivada pelo pastor e seus aliados.
Após a operação, Malafaia desembarcou em um aeroporto e, diante da imprensa, comparou a Polícia Federal à “Gestapo”, polícia secreta nazista, em mais uma tentativa de se vitimizar politicamente.
Durante a madrugada, as redes sociais foram inundadas com áudios e transcrições que evidenciaram a influência do pastor sobre Bolsonaro, em alguns trechos chegando a soar como intimidação. Em meio a isso, surgiram até registros de ofensas de Malafaia contra Eduardo Bolsonaro, incluindo expressões de desejo de agredi-lo fisicamente.
A oposição, por sua vez, acusou Alexandre de Moraes de tentar criar uma cortina de fumaça. Coincidentemente, os vazamentos ocorreram no mesmo dia em que o governo sofreu uma derrota no Congresso, perdendo as indicações para relatoria e presidência da CPMI do INSS.
O episódio levanta uma questão inevitável: estamos diante de mais um ato da guerra entre poderes ou de uma cortina de fumaça que encobre derrotas políticas e o silêncio constrangedor sobre as perdas bilionárias dos bancos após a aplicação da Lei Magnitsky contra membros da Suprema Corte brasileira?
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