TARCÍSIO SOB PRESSÃO: REJEIÇÃO CRESCE, BASE POLÍTICA DESGASTA E FUTURO EM 2026 É INCERTO

 De acordo com pesquisa da Quaest, a rejeição ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, subiu para 39%. Já a do presidente Lula caiu para 51%. O movimento indica maior exposição do governador, especialmente diante do cenário econômico paulista, que tenta se manter resiliente em meio ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. A medida foi celebrada por Tarcísio em gesto de alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, pivô da crise diplomática com Washington. Nem mesmo a sugestão do pastor Silas Malafaia, que pediu para Bolsonaro entregar a negociação diretamente a Tarcísio, foi levada adiante.

O Governador de São Paulo busca se manter competitivo no espólio eleitoral de Jair Bolsonaro para as eleições de 2026.
(Foto original: Rafaela Feliciano / Metrópoles | Edição: Carlos Santana) 

Nos bastidores, corre a especulação de uma improvável aliança entre Tarcísio e o ex-ministro Ciro Gomes na corrida presidencial do ano que vem. Ainda que o centrão costume arquitetar acordos improváveis, essa união é vista como distante da realidade. O bolsonarismo dificilmente aceitaria Ciro como aliado.

O governador também enfrenta crise de imagem na área da segurança pública. O endurecimento da polícia em periferias aumenta a sensação de insegurança, mesmo com o discurso de proximidade de Tarcísio com a classe policial. Além disso, cresce o desgaste em relação à política de pedágios. Neste mês, em Cotia, manifestantes fecharam trechos da Raposo Tavares contra novos postos de cobrança. A resposta da Polícia Militar foi marcada por truculência e violência contra a população.

Outro revés surgiu na Assembleia Legislativa. Apesar de contar com maioria confortável, o governo perdeu o vice-líder, deputado Guto Zacarias, que renunciou ao cargo afirmando não compactuar com privilégios à elite do funcionalismo público, justamente o setor contemplado pela recente medida de Tarcísio. A decisão expôs contradições de um governador que se declara de direita, mas que mantém acenos à alta burocracia estadual.

A dúvida que se impõe é se Tarcísio terá fôlego para 2026. Disputando o espólio de Bolsonaro com nomes como Ratinho Júnior, Ronaldo Caiado e Romeu Zema, o governador precisa manter credibilidade com a base bolsonarista. Mas, diante da rejeição crescente, dos conflitos internos e da pressão social, sua liderança pode estar mais frágil do que parece.

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