JUSTIÇA CONDENA BOLSONARO POR TENTAR DAR GOLPE DE ESTADO NO BRASIL

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal selou nesta quinta-feira o destino de Jair Bolsonaro. Por 4 a 1, os ministros o condenaram pelos cinco crimes que compõem a chamada “trama golpista”, incluindo tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A cena política brasileira entrou em combustão: redes bolsonaristas clamam por intervenção estrangeira, grupos radicais convocam vigílias e orações, e até Donald Trump virou peça de fantasia coletiva de seus seguidores.

Mas a mensagem que sai do STF é clara: não haverá anistia para quem conspirou contra a democracia.

Carmém Lúcia e Cristiano Zanin foram os últimos ministros a votarem pela condenação do presidente Jair Bolsonaro.
(Imagem: Internet | Edição: Carlos Santana) 

O voto da ministra Cármen Lúcia foi cirúrgico. Ela classificou os atos de 8 de janeiro e toda a sequência de eventos que os antecederam como um projeto de poder deliberado, estruturado e liderado pelo próprio Bolsonaro. Rejeitou as teses de defesa que buscavam transformar crimes em meros atos políticos ou absorvê-los uns nos outros. Para ela, cada crime teve seu peso próprio e precisa ser punido.

Cristiano Zanin, último a votar, fechou o placar e desmontou os principais argumentos de Luiz Fux, o único a absolver Bolsonaro. Zanin reforçou que não houve cerceamento de defesa, que o STF é competente para julgar o caso e que as provas são suficientes para comprovar autoria, dolo e execução. Ao contrário do que quis pintar Fux, não se tratou de discurso inflamado ou retórica política, mas de um plano com atos concretos e consequências devastadoras.

No fundo, o que se viu foi a Suprema Corte reafirmando que a democracia brasileira não pode ser refém de aventuras autoritárias. E que nem mesmo um ex-presidente está acima da lei.

O bolsonarismo reagirá, como sempre, apostando no caos e na desinformação. Mas a história de hoje é inequívoca: Jair Bolsonaro agora é um condenado. A extrema direita perdeu sua última linha de defesa jurídica. O sonho de golpe foi julgado, provado e sentenciado.

O Brasil precisa decidir se continua flertando com quem ataca suas instituições ou se encara de frente a tarefa de reconstruir a confiança na política. Uma coisa é certa: depois deste julgamento, não há mais desculpas. Ou defendemos a democracia todos os dias — ou assistiremos calados quando tentarem derrubá-la novamente.

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